Soneto do Covarde

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Querer nem é mais verbo, é o que eu quero,
Mas sinto-me tão só e desarmado,
E triste, vou vivendo em tal estado,
Que espero, tão cansado, mas espero.
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É assim, já faz um tempo que é assim:
Perdido em pensamento, sem ação.
Não tem mais movimento o coração,
Morrendo o recomeço d'outro fim.
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Mas o fim é o começo d'outro início,
No fim é que eu me lembro que no mundo,
Não sou tão importante, nem sou tudo.
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Querer não esperar, este é o meu vício:
Meu mar é sempre raso, nunca é fundo,
Só sei ser sempre eu, eu nunca mudo.
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#byLupo