Ainda Relembrando Conjuntos Diversos

Aqui meu último grupo de pequenas poesias feitas no passado. A partir de amanhã vou colocar mais coisas novas, até para me obrigar a escrever e assim entender melhor o que estou sentindo hoje.

Este primeiro foi feito em 2003. Hoje, ele me lembra uma amiga querida chamada Lygia, e é para ela que o dedico. Não se trata de uma definição pura de amor maior, pois existe um querer de contrapartida, mas mostra que o amor humano costuma existir em comunhão com outros sentimentos.

Eu, Você, Tempo e Distância

Eu quero amar,
A cada segundo de meu dia,
E a cada dia de minha vida.

E você,
Quero que me lambuze de brigadeiro
E desarrume sempre o meu cabelo.

E o tempo,
Quero que ele passe mais rápido neste momento,
E que pare quando estivermos juntos.

E a distância,
Que seja pequena entre nossos corpos,
E nenhuma entre nossos corações.

#byLupo, primeira publicação em 23/10/2003


O segundo, de 2008, é muito bonito, mas fala de algo que eu não mais acredito. Assim como Camões em "Amor é fogo que arde sem se ver", eu quis falar da paixão e não do amor, e por isso me enganei nos versos. Eu só estou o postando aqui por ter sido algo válido no meu passado, mas não concordo mais com ele, e por conta disso, não sinto mais a sua poesia. Jamais publicaria este soneto em um livro, por exemplo.

Ainda Que o Amor Não Seja Eterno

Ainda que este amor não seja eterno,
Novo amor servirá como consolo,
Pois o amor é do muro igual tijolo,
Ele é a sucessão de céu e inferno.

Ainda que ruim seja o teu clima,
E bem fundo alcançastes neste poço,
Logo mais, em tua tela, novo esboço,
Verá se transformar em obra prima.

Pois então, guarde o bom do sentimento,
E a lembrança de um algo tão bonito,
E confie que o tempo é teu alento:

Nem Vinícius, do amor, era perito,
Nem da vida, vilão, o sofrimento,
Nem o amor, de tão grande, é infinito.

#byLupo - 29/09/2008


O terceiro também é de 2008. Possui uma certa nostalgia gostosa, mas ao mesmo tempo triste. A saudade de um tempo bom impregnada nos versos faz dele um dos meus preferidos. Trata de um tema social (violência) e mostra isso de uma forma bem poética. Espero que gostem dele tanto quanto eu.

Soneto da Prisão

Andando sem destino pela rua,
Escondo o meu olhar de outras pessoas,
Não sei se elas são más ou se são boas,
Mas sei porque este medo continua:

Eu lembro de um passado tão distante
Em que eu fiquei perdido na cidade,
Senti, ao invés de medo, liberdade,
Pequeno, parecia um gigante.

Mas hoje sei do mal, da violência,
Que prende o cidadão em sua casa,
E preso, lá se sente em segurança.

Perdi com essas feridas a inocência,
Não posso mais voar sem esta asa,
Sou grande, mas meu medo é de criança.

#ByLupo - 22/10/2008


Pronto! Agora vamos seguir em frente com coisas novas, e deixar àquilo que existe e ainda não foi mostrado neste blog para outras oportunidades! Comentem, por favor. Preciso do carinho ou do tapa, o que não quero é a indiferença.

6 comentários:

Blog da Fofa disse...

Não conheço a Lygia pessoalmente, Mas, já ouvi muitas coisas boas sobre ela. Esse poema só me trouxe mais vontade de conhecê-la, sei que é uma pessoa do bem. Do segundo, é lindo, cheio de poesia dentro da própria poesia. Mas, tenho p mim, que se não é infinito, não é amor. O último, eu me encaixei como uma luva. Não gosto de andar sozinha, principalmente a noite. Então sempre recolho minhas asas. Apesar de achar que a "maldade" tem uma história e que todo gesto é reflexo de um acontecimento. Isso não diminui meu medo, mas sempre mexe com meus pensamentos. Lupo, pra mim vc é rei da poesia. Adoro . Bjos

Jota Brasil disse...

Kaspita, Belo...to ansioso pra ler estes poemas novos de que falas. E obrigado por ir ao meu blog sempre ler meus texticulos...
Abraço

LyRodrigues disse...

A Ly quase chorou agora rs

Todos lindo Lupo... aliás, como sempre.

Amei o poema que dedicou a mim e, como disse, amo ganhar poemas, então... rs

Bnam

Faa Cintra disse...

É bom poder ler-te em outras épocas... rs
beijo

Néia disse...

Oi Lupo...
Amei todos,diferentes entre si,mas cada um mostrando o seu talento e sensibilidade. Ora falando de amor,de insegurança, de tempo e de inquietude que é típico de poeta.Volto a repetir que para a nossa sorte poesia não tem prazo de validade, assim, uma bela obra parece sempre quentinha, retirada do forno aquecido por sua sensibilidade, criatividade e talento.
Beijos e valeu visita e comentários.

Maria Helena disse...

Lupo, meu querido poeta!
Cada poesia sua me conta um pouco de você.Cada poesia sua me fascina e mostra uma suavidade encantadora mesmo, em alguns momentos, encobertas pelos espinhos que dilaceram a alma mas que, paradoxalmente, enfeitam de sabedoria a sua estrada.
Cada poema que você escreveu no passado se torna novo quando você o faz voltar ao palco. Ele é novo porque seu olhar é novo e a sua percepção é outra. Então, para mim, não existem velhos nem novos poemas. O que existe mesmo são "poemas filhos" que se tornam diferentes porque tiveram os seus pilares: os que foram feitos primeiros. Preciso dizer que sou sua fã? Bjs

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